04 March 2010


Hoje finalmente visitei o hospital novamente, dando inicio ao meu proposito de falar com as pessoas que estao fazendo tratamento e gostariam de conversar comigo. Esse foi um conselho da minha querida amiga Dri, quando eu nao sabia como ajudar as pessoas, ela me sugeriu que a melhor coisa a fazer era doar meu tempo e minha dedicacao. Entao foi o que fiz hoje. Logico que as coisas nao sao tao simples como imaginava, ou seja, chegar no hospital e entrar de quarto em quarto visitando pacientes. Depois do aval do meu medico, precisei falar com a enfermeira chefe e entao ela falaria com as psicologas para avaliar a ideia, a qual ela gostou muito e inclusive era parte de um projeto que eles tinham mas ate entao nao concretizado. De todas formas foi otimo para reencontrar os enfermeiros que tanto cuidaram de mim e continuam cuidando e protagonizando historias de sofrimento e angustia, sem deixar que falte um sorriso no rosto.


Por outro lado, a experiencia de visitar o hospital pra mim eh muito mais profunda e complexa. Um paradoxo. Eh incrivel como um lugar pode trazer lembrancas que minha memoria tinha se encarregado de alocar num canto onde nao pudesse acessal-las facilmente. Foi como mexer num enxame de abelhas, sendo que as abelhas nesse caso sao meus pensamentos, medos, lembrancas. Tudo vem a tona, como se num instante me transportasse a um mundo paralelo, que sim existe, mas que minha consciencia nao quer ver ou ouvir. Ao sair de la, apesar de um pouco confuso, me senti leve e feliz. Uma sensacao maravilhosa de estar la por minha propria escolha, a escolha de usar o tempo que ganhei quase por milagre para dividi-lo com gente que participou dessa historia.


Beijos,

Carlos.


************************************************************


Today I finally went to the hospital again, to talk to people who are undergoing a treatment and who would like to talk. This was the advice of my dear friend Dri, when I didn’t know how to help people, she told me the best thing I could do is giving my time and dedication to people. That’s what I did today. Of course this wasn’t as easy as I thought, going to the hospital and just enter into the patient’s rooms. After my doctor’s agreement, I had to talk to the chief nurse and then she spoke with the pychologist to evaluate the idea. They really liked it, as it was something they wanted to do for a long time but never did. It was good to see the nurses who took care, taking care of toehr people, always with a smile on the face.


On the other side, this experience is very deep and complex. A paradox. It’s crazy how some place can bring back feelings that your memory had hidden somewhere, in some non accessible place. It’s like trying to disturb a swarm, with the bees being my thought, my fears, my memory. Everything comes afloat, as if it takes me to some parallel world, an unconscious world that I don’t want to hear or see. When I came out of the hospital, even if confused, I I felt happy and light. It is a wonderful feeling to be there on my own decision, and to decide to use the extra time I have to share it with people envolved with this story.


Love,

Carlos.